Com a proximidade do Senado votar o aumento do número de deputados federais, uma pesquisa Datafolha revelou, nesta terça-feira (17), que 76% dos brasileiros são contra a proposta em tramitação no Congresso. Apenas 20% dos entrevistados são a favor, enquanto 2% não sabem e 1% são indiferentes.
O Datafalha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 10 e 11 de junho. A margem de erro de dois pontos percentuais.
VEJA TAMBÉM:
-
Agenda econômica abafa debate e Senado pode aprovar aumento de deputados
O projeto que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531 estava previsto para ser votado no Senado, nesta terça-feira (17), mas a sessão foi encerrada sem a análise da proposta. A expectativa é de que a proposta seja aprovada sem grandes resistências, repetindo o cenário acelerado e discreto visto na Câmara dos Deputados.
A movimentação no Congresso ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar, em 2023, que a Câmara atualize a distribuição de vagas por estado, conforme os dados populacionais mais recentes. A última revisão foi feita em 1994, baseada no Censo de 1985.
Com o prazo imposto pelo STF se encerrando em 30 de junho, o Congresso acelerou a tramitação do projeto. De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a inclusão da proposta na pauta desta semana atende a um pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Alguns dos líderes no Senado consideram o tema secundário e questiona o impacto financeiro da medida. Segundo dados da Mesa Diretora da Câmara, cada nova cadeira de deputado pode gerar um custo anual de R$ 3,6 milhões. Com 18 novos parlamentares, o impacto estimado seria de R$ 64,6 milhões por ano.
O presidente do Senado, no entanto, minimizou o peso fiscal da proposta. “A Câmara dos Deputados fez um estudo sobre isso e o mais adequado diante da decisão judicial é fazer a ampliação desses Estados. Não saiu da cabeça do presidente Lula. Eu conversei com vários senadores e vários deputados, foi uma decisão feita coletivamente, tentando buscar o melhor caminho do entendimento”, afirmou.