A China parabenizou nesta sexta-feira (9) o novo papa, Leão XIV, e expressou sua esperança de que o Vaticano mantenha uma atitude “construtiva” em seu diálogo com Pequim, no âmbito de uma relação complexa que carece de laços diplomáticos, mas está em processo de reaproximação.
“Estendemos nossas felicitações ao cardeal Robert Prevost por sua eleição como novo papa”, disse hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma coletiva de imprensa.
“Esperamos que, sob sua liderança, o Vaticano permaneça comprometido com o diálogo construtivo com a China, aprofunde a comunicação sobre questões internacionais de interesse comum e trabalhe conosco para promover a melhoria contínua das relações sino-vaticanas”, acrescentou.
Lin também declarou que o gigante asiático espera que ambos os lados contribuam para a “paz, a estabilidade e a prosperidade globais”.
As declarações oficiais coincidem com as mensagens de felicitações enviadas pelas duas principais organizações católicas reconhecidas pelo regime chinês: a Associação Patriótica Católica Chinesa e a Conferência Episcopal da Igreja Católica na China.
Ambas as organizações, supervisionadas por autoridades comunistas, saudaram a nomeação como uma nova oportunidade para “fortalecer a amizade” entre os católicos chineses e a Santa Sé.
A Igreja Católica na China está dividida entre comunidades que operam sob supervisão estatal e as chamadas “igrejas clandestinas”, leais à autoridade do Vaticano.
Embora a nomeação de bispos tenha sido uma fonte histórica de atrito, em 2018 ambos os lados assinaram um acordo provisório – renovado várias vezes desde então – que permite a participação conjunta nesse processo.
Apesar das críticas de alguns setores de que o acordo é uma concessão a Pequim, o Vaticano defendeu o pacto como uma medida necessária para preservar a unidade eclesiástica e garantir o exercício do culto católico na China.