O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) pedirá ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o aumento do orçamento para a reforma agrária no país, passando de R$ 400 milhões para R$ 1 bilhão.
Essa é uma das demandas do movimento a políticos que visitam a Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada até domingo (11) em São Paulo. O grupo, que já criticou o presidente pela demora em avançar nas políticas agrárias neste mandato, diz que o atual orçamento é insuficiente.
“É necessário o aumento dos recursos para aquisição de terras e assentamento das famílias. A nossa demanda é de elevar esta verba, hoje de R$ 400 milhões no orçamento do governo federal, para R$ 1 bilhão”, disse Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, à Folha de S. Paulo.
A Gazeta do Povo pediu um posicionamento ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) sobre o pedido do MST e aguarda retorno.
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O MST pede o assentamento prioritário de 65 mil famílias que diz estar há mais de 20 anos acampadas. Ao todo, afirma, são 120 mil famílias à espera de terras. A estimativa do movimento é de que, com R$ 100 milhões, em média 4 mil famílias podem ser assentadas.
O pedido pelo aumento do orçamento para a reforma agrária deve ser reforçado em um evento que tem o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), como convidado ainda nesta sexta (9).
No ano passado, durante o lançamento do programa Terra da Gente, o presidente Lula prometeu que o governo reforçaria a reforma agrária a partir de um levantamento das terras que poderiam ser disponibilizadas para assentamentos.
“Isso [o Terra da Gente] não invalida a continuidade da luta pela reforma agrária, mas o que nós queremos fazer é mostrar aos olhos do Brasil o que a gente pode utilizar sem muita briga”, seguiu o petista.
Na época, o programa estabelecia uma espécie de “prateleira de terras” de áreas improdutivas ou devolutas da União que poderiam ser usadas na reforma agrária.
Já em março deste ano, uma portaria interministerial dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda estabeleceu um limite de R$ 700 milhões para adjudicações a serem realizadas neste ano.