Um grupo de 49 sul-africanos brancos deixou o país neste domingo (11) em voo fretado particular para os Estados Unidos, o primeiro grupo de cidadãos da África do Sul beneficiados por um programa do governo Donald Trump de concessão de refúgio.
Segundo a agência Associated Press, Collen Msibi, porta-voz do Ministério dos Transportes da África do Sul, informou que o grupo inclui famílias e crianças pequenas e deve chegar ao Aeroporto Internacional de Dulles, na região de Washington, na manhã de segunda-feira (12).
Ao anunciar a criação do programa em fevereiro, Trump descreveu os beneficiários como “refugiados africâneres [termo que designa a minoria branca na África do Sul] escapando da discriminação racial patrocinada pelo governo, incluindo confisco de propriedade racialmente discriminatório […] sem compensação”. Trump também cortou a ajuda financeira ao país africano.
Uma lei promulgada no início do ano pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, permite a desapropriação de terras sem indenização em determinadas circunstâncias, como casos em que uma propriedade não está sendo utilizada e não há intenção de desenvolvê-la ou gerar lucros com ela.
O governo da África do Sul negou discriminação racial e alegou que a lei é necessária para promover o “acesso à terra de forma equitativa e justa”: segundo dados publicados pela agência Reuters, apenas 4% das terras privadas no país pertencem a negros, que representam quase 80% da população sul-africana.