Os Estados Unidos descreveram neste domingo (11) como “encorajadora” a quarta rodada de negociações nucleares com o Irã e observaram que “alcançaram um acordo para avançar nas negociações e continuar trabalhando nos elementos técnicos”.
Uma fonte do governo de Donald Trump disse à imprensa que a conversa foi novamente direta e indireta e durou mais de três horas.
“Foi alcançado um acordo para avançar nas negociações e seguir trabalhando nos elementos técnicos. Estamos encorajados com o resultado de hoje e aguardamos ansiosamente nossa próxima reunião, que acontecerá em um futuro próximo. Agradecemos aos nossos parceiros de Omã por sua contínua facilitação”, disse.
Já o Irã descreveu a quarta rodada de negociações nucleares com os Estados Unidos como “difícil, mas útil”.
“Conversas difíceis, mas úteis, para compreender melhor as posições de cada um e encontrar formas razoáveis e realistas de abordar as diferenças”, disse no X o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ismail Baghaei.
O diplomata indicou que Omã, mediador entre os dois rivais, coordenará e anunciará a data da próxima rodada.
As negociações foram lideradas pelo enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi.
Os dois rivais chegaram ao encontro com divergências públicas sobre o programa atômico de Teerã, que defende o enriquecimento de urânio para fins pacíficos, enquanto Washington pede seu desmantelamento completo.
Irã e Estados Unidos iniciaram as negociações em 12 de abril e já realizaram três rodadas até agora, em Omã e Roma, que ambos os lados descreveram como positivas.
A quarta rodada estava marcada para o último dia 4 em Roma, mas Washington desistiu de participar dias antes, e ela agora foi realizada.
Trump renovou as ameaças militares contra o Irã caso o país não chegue a um acordo e reimpôs a chamada “política de máxima pressão” contra Teerã, após sua retirada do acordo nuclear de 2015.
Após a retirada dos EUA do pacto em 2018 e o restabelecimento de sanções, Teerã vem enriquecendo urânio a uma pureza de 60%, muito próxima dos 90% necessários para fabricar armas nucleares.
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