A comentarista do programa Café com a Gazeta do Povo, Cristina Graeml, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente, nas ações protagonizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, se transformou em um “verdadeiro Tribunal da Inquisição”. A afirmação veio logo após a corte tornar públicos os vídeos dos depoimentos das 52 testemunhas ouvidas no caso da suposta tentativa de golpe, nos atos do dia 8 de janeiro de 2023.
Não apenas Moraes, mas para Cristina, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, também se mostra um dos responsáveis pela “tirania da toga” vigente no Brasil. Segundo ela, além de fazer um trabalho mal feito, o PGR faz questão de expressar euforia nas atitudes exacerbadas de Moraes nos depoimentos.
“Gonet estava quietinho durante as falas das testemunhas, mas quando Moraes ameaça de prisão o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, ele começa a balançar a cabeça positivamente de forma eufórica como se estivesse parabenizando seu ídolo pela ação. Isso é postura de um Procurador? Estamos vendo os dois tratarem as testemunhas com desdém e total desrespeito”, ressaltou.
Moraes manda excluir gafe de Gonet de vídeo de depoimento de Aldo Rebelo
O Supremo Tribunal Federal (STF) editou um trecho do depoimento do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo para excluir a gafe do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A audiência ocorreu no último dia 23, mas a gravação só foi divulgada nesta terça-feira (3). Sem perceber que o microfone estava aberto, Gonet levou a mão à boca e comentou, rindo, com auxiliares próximos: “fiz uma cagada agora”.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, mandou retirar o momento com base no artigo 78 do Código de Processo Civil, que veda “expressões ofensivas” das partes em audiências. A regra também autoriza que essas expressões “sejam riscadas” dos autos. O trecho também foi removido da transcrição do depoimento.
No final do interrogatório, Gonet perguntou a Aldo se ele “acredita” que a Marinha “poderia romper com a normalidade institucional” sem apoio do Exército. Torres reclamou da pergunta e disse que disse que “se não poderia fazer afirmações ou pedir opiniões”, o procurador-geral também não poderia.
Nesse momento, Gonet comentou: “fiz uma cagada agora”. O trecho foi percebido pelos participantes e ouvintes no dia da audiência, mas não é possível ouvir a gafe no vídeo divulgado pela Corte nesta terça (3).