Em entrevista coletiva encerrando sua passagem por Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a entender que a Ucrânia não conseguirá retomar todos os seus territórios ocupados pela Rússia e que os líderes mundiais, incluindo os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, já sabem qual será o desfecho do conflito.
“Eu, sinceramente, acho que no subconsciente, ou melhor, no inconsciente de todos os líderes políticos do mundo, todo mundo sabe o que vai acontecer. Todo mundo sabe que as condições do acordo já estão colocadas. O que está faltando é coragem das pessoas dizerem o que querem. Vocês acham que o Putin vai sair da Crimeia? Nem ele quer sair, nem o Zelensky quer perceber que a outra parte já invadiu e que ainda não tomou definitivamente”, disse Lula.
O presidente comparou o momento de Putin e Zelensky com impasses que acontecem antes do desfecho de uma greve sindical. “Acho que está mais próximo de um acordo do que parece. Por enquanto, parece que os dois líderes estão com dificuldade de dizer à população o que querem. Eles já sabem o que é possível. O que está faltando é coragem de dizer o que querem. É muito difícil parar.”
Lula também contou que propôs ao presidente da França, Emmanuel Macron, uma conversa com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e com países emergentes. A ideia seria “ouvir o que o Zelensky tem a dizer, o que o Putin tem a dizer e construir uma proposta de acordo e colocar na mesa. Se eles não estão em condição de dizer o que querem, alguém de fora pode dizer.”
“Ninguém vai ter tudo o que quer. As pessoas vão ficar com aquilo que é possível de conquistar. A vida é assim. Na nossa relação humana e na nossa relação política”, acrescentou. Na sequência de sua visita a Paris, Lula segue para o Principado de Mônaco e ainda passa por Nice.
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