Diante da escalada de tensão no Oriente Médio e do fechamento do espaço aéreo israelense, um grupo de autoridades brasileiras iniciou nesta segunda-feira (16) o retorno ao Brasil por meio de uma operação terrestre emergencial coordenada pelo Itamaraty. A comitiva, que estava em missão oficial em Israel a convite do governo local, foi retirada rumo à Jordânia.
Entre os que já deixaram o território israelense estão os prefeitos Cícero Lucena, de João Pessoa (PB), e Welberth Rezende, de Macaé (RJ). A retirada foi viabilizada em articulação direta do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com o chanceler da Jordânia, com o suporte das embaixadas brasileiras em Tel Aviv, Amã e Riade.
“Nossa comitiva deixou o abrigo em direção à Jordânia. Já cruzamos a fronteira! Estamos bem, em segurança e contando com o apoio das autoridades locais”, relatou Cícero Lucena em suas redes sociais. O prefeito também informou que deve seguir para a Arábia Saudita, onde encontrará seu filho, o deputado federal Mersinho Lucena, para retornar ao Brasil na terça-feira.
VEJA TAMBÉM:
-
Políticos brasileiros tentam sair de Israel em meio a conflito com Irã; veja quem são
Já Welberth Rezende publicou um vídeo em que aparece em deslocamento. Segundo ele, alguns membros das comitivas optaram por permanecer em Israel devido à insegurança da travessia terrestre. “Estou no grupo que resolveu sair. Não fazia sentido ficar mais aqui, a gente precisa voltar pra casa”, disse o prefeito de Macaé, que também comentou o impacto da experiência: “Vimos de perto o que é a guerra, os mísseis passando em cima da gente. Que o mundo encontre a paz!”.
Itamaraty organiza retirada e reforça alerta consular
Em nota, o Itamaraty informou que duas comitivas de autoridades federativas brasileiras viajaram recentemente a Israel, mesmo diante do alerta consular vigente desde outubro de 2023, que desaconselha viagens não essenciais à região e recomenda que brasileiros deixem o território israelense.
Com a escalada do conflito na região e o fechamento do espaço aéreo israelense após ataques contra o Irã, os dois grupos ficaram impedidos de retornar ao Brasil. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores coordenou a retirada por via terrestre de um primeiro grupo de 12 autoridades, incluindo dois prefeitos de capitais brasileiras, que seguiram para a Jordânia e, de lá, embarcaram em um voo particular rumo à Arábia Saudita. O retorno ao Brasil será feito a partir daquele país.
A operação contou com coordenação direta do chanceler Mauro Vieira, que atuou pessoalmente junto ao ministro das Relações Exteriores da Jordânia durante o fim de semana. As Embaixadas do Brasil em Amã, Tel Aviv e Riade também prestaram apoio ao grupo.
Ainda permanecem em Israel 27 autoridades brasileiras que integram as comitivas convidadas. Segundo o Itamaraty, o governo de Israel propôs operação semelhante de evacuação por terra até a Jordânia para esses brasileiros, que deverão embarcar em voos comerciais de volta ao país nos próximos dias, conforme a disponibilidade de passagens.
O Itamaraty também alertou sobre tentativas de golpes, praticados por criminosos que estariam enviando mensagens por aplicativos oferecendo vagas em voos inexistentes para deixar Israel. O governo reforça que o espaço aéreo do país segue fechado, sem previsão de reabertura.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv mantém atualizada a seção “Alerta Consular” em sua página oficial e recomenda que todos os brasileiros em território israelense sigam rigorosamente as instruções do “Home Front Command” local, permanecendo sempre próximos a abrigos fortificados e buscando proteção imediata em caso de sirenes ou outros alertas.
VEJA TAMBÉM:
-
Brasil de hoje é aliado automático e fiel do Irã e das ditaduras mais abjetas do mundo
CNM comemora saída segura e reforça articulação
Em nota oficial, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) confirmou a saída do grupo e celebrou a segurança da operação. “O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, celebra a chegada em segurança da comitiva de gestores municipais à Jordânia na manhã desta segunda-feira, 16 de junho”, informou o comunicado.
A entidade também destacou que manteve contato constante com o grupo por meio de seu tesoureiro, Nélio Aguiar, que está entre os integrantes da missão.
“Durante o fim de semana, a CNM articulou junto ao Governo Federal e à Embaixada da Jordânia, solicitando apoio das autoridades locais para a saída dos gestores brasileiros”, diz a nota.