O governo da Argentina, do presidente Javier Milei, anunciou nesta quinta-feira (29) que identificou e desmantelou uma célula do grupo criminoso Tren de Aragua, que surgiu na Venezuela e hoje opera em vários países das Américas.
Segundo informações da Agência EFE, a ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, disse em entrevista coletiva que 12 pessoas que operavam na cidade de Buenos Aires e nas províncias de Buenos Aires e Corrientes foram presas.
“A importância desta operação reside no fato de que é a primeira vez que uma célula do Trem de Aragua é detectada na Argentina e conseguimos desmantelá-la”, afirmou Bullrich.
A investigação teve início após uma ordem da Unidade de Promotoria Especializada em Crime Organizado (Ufeco, na sigla em espanhol), e foi realizada pelo Departamento de Investigações Antimáfia da Polícia Federal argentina, em colaboração com o FBI, a Interpol e a Procuradoria-Geral da República.
Segundo Bullrich, a célula desbaratada na Argentina lavava dinheiro de atividades ilícitas na Venezuela: o dinheiro era canalizado pelo sistema informal de transferências Hawala, ignorando os canais bancários tradicionais, e era usado para investimentos e aquisição de bens de alto valor, como terras, veículos de luxo, moedas internacionais e joias.
As investigações apontaram que essa célula do Tren de Aragua tinha ligações com o venezuelano Guillermo Boscán Bracho, conhecido como El Yiyi, acusado de extorsão, homicídio qualificado, terrorismo e tráfico de armas e que teria continuado a liderar a rede apesar de estar detido desde 2023 no Complexo Penitenciário Federal nº 1 de Ezeiza, na Grande Buenos Aires.
Ainda segundo Bullrich, alguns dos detidos foram identificados como terroristas e seus nomes foram incluídos no Registro Público de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo e seu Financiamento da Argentina.