A varejista argentina Mercado Livre surpreendeu o mercado ao registrar um lucro de 44% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado, principalmente, pela Argentina. Hoje, a empresa representa a maior companhia de valor de mercado da América Latina.
O lucro total chegou na casa dos 494 milhões de dólares, bem acima das previsões de mercado, que apontavam para um total de 420 milhões. Só na Argentina, o valor bruto de vendas atingiu 126% na base anual, isto é, muito acima dos 44% nos demais países.
Para os diretores, os resultados vem em razão da volta do poder de compra da população, impactado pela inflação, que vem diminuindo em razão das políticas econômicas de Javier Milei.
“Passamos alguns anos com o consumidor argentino pressionado, por conta da inflação e do crescimento baixo do PIB. Agora, parece que vários desses problemas estão sendo endereçados” disse, Richard Catchcart, diretor de Relações com investidores do Mercado Livre, em entrevista ao Neofeed.
A Gazeta do Povo conversou com Igor Lucena, CEO da Amero Consulting, Economista e PhD em Relacoes internacionais que vê com normalidade a retomada do poder de compra no país a medida que o governo baixa a inflação.
“A partir do momento que essa inflação começa a desaparecer e se torna uma inflação mais real, não provocada pelos próprios gastos exacerbados do governo, você vê um aumento nítido de produtividade e que os salários aumentam do ponto de vista real o poder de compra”.
Igor declarou que as políticas de Javier Milei, embora “um pouco maquiavélicas” tem dado resultados positivos.
“O plano econômico de Javier Milei foi um pouco maquiavélico, mas certo, ele fez o mais radical rápido, cortou grande parte dos problemas, ainda tem alguns, claro, principalmente nas estatais e nos repasse aos Estados, mas a economia argentina ruma para uma economia mais estável”.
Para o economista, os próximos passos para que a economia argentina continue se estabilizando envolvem “privatizações, um mercado de crédito eficiente, o fim do câmbio paralelo, mais conhecido como câmbio blue, liberalizar os fluxos cambiais e a diminuição barreiras de importação”.