A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, adotou uma estratégia para assegurar a presença feminina na composição da Corte. Nesta quarta-feira (28), o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou uma lista tríplice composta exclusivamente por mulheres, que será enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a escolha de uma nova ministra do TSE.
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Diferente das nomeações para o próprio STF, onde o presidente tem liberdade de escolha dentro de critérios gerais, para o TSE a indicação deve, obrigatoriamente, seguir os nomes da lista aprovada pelo Supremo. Dessa vez, as advogadas indicadas são Cristina Maria Gama Neves da Silva, Estela Aranha e Vera Lúcia Araújo, atualmente ministra substituta da Corte Eleitoral.
A movimentação da ministra Cármen Lúcia ocorre em meio à preocupação com o possível esvaziamento da representatividade feminina no TSE durante as eleições gerais de 2026. Até lá, a atual ministra Isabel Gallotti concluirá seu mandato, em novembro deste ano, e a própria Cármen deixará o tribunal em agosto de 2026.
O procedimento adotado segue um modelo já utilizado em 2021 pelo então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, que também submeteu uma lista exclusivamente feminina. Na ocasião, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu a advogada Maria Claudia Bucchianeri.
Além da lista feminina, o Supremo também aprovou outra lista tríplice, composta apenas por homens. Estão nela José Levi do Amaral, ex-ministro da Justiça no governo Michel Temer, além dos atuais ministros do TSE, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, ambos candidatos à recondução.
Na prática, a estratégia de Cármen Lúcia obriga o presidente Lula a escolher se reconduz um dos atuais ministros ou se substitui um deles por uma mulher. A decisão de dividir em duas listas separadas, ao invés da tradicional lista sêxtupla, reforça o objetivo de garantir diversidade de gênero na composição da Corte Eleitoral.