O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, considerado o número 2 do regime chavista, afirmou nesta sexta-feira (9) que a ditadura de Nicolás Maduro prendeu uma pessoa por ter “permitido” que a jornalista Claudia Macero deixasse a Embaixada da Argentina em Caracas.
Na terça-feira (6), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, informou que Macero e outros quatro venezuelanos ligados à líder opositora María Corina Machado, que estavam desde março de 2024 asilados na representação diplomática, haviam sido resgatados e já estavam nos Estados Unidos.
Entretanto, segundo informações do site Efecto Cocuyo, Cabello reiterou nesta sexta-feira o relato de que Macero teria deixado o local em 20 de agosto de 2024, argumento que já havia apresentado na quarta-feira (7).
“Mostrei a foto de Claudia Macero quando ela saiu, e a pessoa que a tirou está detida. Ele faz parte de uma gangue de coiotes aqui na Venezuela e está preso. Quem contou toda a história foi ele e outros que foram presos”, disse Cabello no seu programa de rádio, sem citar nomes.
O chavismo alega que informações extraídas do celular da pessoa que “permitiu” a libertação de Macero ajudaram a “impedir” o resgate da ativista de direitos humanos Rocío San Miguel, que está presa pelo regime chavista desde fevereiro de 2024.
Os Estados Unidos sustentam que nesta semana foram resgatados Magalli Meda, Claudia Macero, Omar González Moreno, Pedro Urruchurtu e Humberto Villalobos, todos ligados a Machado e que estavam na embaixada para evitar serem presos pelo regime de Maduro.
Em dezembro, um dos integrantes do grupo, Fernando Martínez Mottola, havia deixado a embaixada. Dois meses depois, morreu devido a um AVC.
O chavismo argumenta que, além de Macero ter saído mais cedo, os outros quatro oposicionistas saíram com permissão do regime de Maduro, e não ocorreu operação de resgate.
Nesta sexta-feira, Cabello disse que “a Venezuela se livrou de um problema” com a saída dos oposicionistas da embaixada.
“Porque se algo tivesse acontecido com o senhor Omar González, que era o mais velho que estava lá, eles culpariam a Venezuela. Agora, quem os levou será o responsável. Nós os entregamos e não aceitamos devoluções porque eles já passaram da garantia”, ironizou.