A China acusou os Estados Unidos de impor uma “ação politicamente motivada e discriminatória” após o cancelamento de vistos de estudantes chineses, o que, segundo Pequim, representa uma violação de seus direitos e um ataque ao intercâmbio acadêmico bilateral.
“A parte americana, sob o pretexto de ideologia e segurança nacional, cancelaram de forma injustificada os vistos de estudantes chineses”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (29).
Pequim apresentou um protesto formal a Washington e expressou sua “firme oposição” a uma medida que “prejudica gravemente os direitos e interesses legítimos” de seus cidadãos e “obstáculos ao intercâmbio educacional e cultural normal”, segundo a porta-voz.
“A medida expõe a falsidade da suposta liberdade e abertura que os EUA afirmam defender e só prejudicará ainda mais sua imagem e credibilidade internacional”, continuou o regime de Xi Jinping.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou esta semana a revogação de vistos para estudantes chineses, especialmente aqueles com supostas conexões com o Partido Comunista ou matriculados em “áreas-chave”, sem fornecer detalhes.
O governo de Trump tem como alvo diversas universidades, acusando-as de serem progressistas ou mesmo antissemitas, especialmente Harvard, que pretende retirar todo o financiamento federal e proibiu de aceitar estudantes estrangeiros.
Trump considerou nessa quarta-feira excessivo que o número de estudantes estrangeiros em Harvard exceda um quarto do total e considerou apropriado limitar essa cota a 15%.
Harvard, a universidade mais antiga dos EUA, recebe atualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, 2.126 dos quais são da China, de acordo com dados do ano letivo de 2024/2025 divulgados no site do escritório internacional da organização.