A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou nesta segunda-feira (2) em publicação feita na rede social X as declarações do ministro da Justiça, Interior e Paz do regime da Venezuela, Diosdado Cabello, que no dia 28 de maio acusou ONGs que atuam na defesa dos direitos humanos no país de estarem “vinculadas a uma estrutura terrorista para desestabilizar o país”. Segundo a CIDH, as falas do chavista acontecem em um contexto de “perseguição e criminalização contra vozes críticas, incluídas pessoas jornalistas, defensoras de direitos humanos e opositoras”.
Em publicação, a CIDH afirmou que “o Estado deve pôr fim à estigmatização e perseguição contra pessoas e organizações que defendem e promovem os direitos humanos”.
Conforme o portal venezuelano Efecto Cocuyo, após a fraude eleitoral nas eleições presidenciais de julho de 2024, a CIDH e sua Relatoria Especial já haviam denunciado práticas de terrorismo de Estado na Venezuela. Na ocasião, a CIDH alertou que “as práticas de terrorismo de Estado perpetradas pelo atual regime e observadas pela Comissão não só estão dirigidas à perseguição de setores específicos, mas geram um clima de temor e intimidação entre a população venezuelana”.
Organizações que atuam denunciando ações do regime de Maduro, como Foro Penal, Provea e Médicos Unidos rejeitaram as acusações de Cabello e reafirmaram seu compromisso com a defesa dos direitos da população venezuelana. Entidades internacionais como Anistia Internacional e a Human Rights Watch também manifestaram apoio ao trabalho dessas ONGs.