Como foi a passagem de Musk pelo governo Trump

Durante o período em que Elon Musk esteve à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), o governo dos Estados Unidos passou por uma das maiores operações de corte de gastos e modernização da máquina pública já realizadas no país.

O empresário, que liderou o departamento desde o início deste segundo mandato do presidente Donald Trump, deixou o cargo nesta quarta-feira (28), conforme previsto em seu contrato temporário de funcionário especial da Casa Branca, que tem prazo de 130 dias e se encerrava neste mês. Musk já havia antecipado que, após esse período, voltaria a dedicar mais tempo à direção de suas empresas: Tesla, X e SpaceX.

No tempo em que chefiou o DOGE, Musk comandou uma revisão profunda dos gastos públicos federais, com destaque para o fim de programas considerados desnecessários e o combate a fraudes. Segundo atualização do próprio departamento, publicada neste mês de maio em seu site oficial, a equipe comandada por Musk gerou uma economia estimada de US$ 175 bilhões aos cofres públicos dos EUA – valor proveniente de cancelamento de contratos, renegociação de ativos, corte de fraudes e pagamentos indevidos, além da extinção de programas considerados ineficientes. O órgão calcula que o valor economizado representa aproximadamente US$ 1.086,96 por contribuinte americano.

Entre as descobertas mais emblemáticas do DOGE sob a liderança de Musk está a chamada “mina de previdência”, local onde aposentadorias de servidores federais eram processadas manualmente numa antiga mina subterrânea em Boyers, Pensilvânia. Após a descoberta, o departamento rapidamente iniciou um plano para digitalizar e modernizar todo o sistema, buscando eliminar gargalos e acelerar a concessão dos benefícios.

Outro caso de destaque envolveu a revisão de benefícios do Seguro Social, que identificou pagamentos a mais de três milhões de titulares com idades superiores a 120 anos, muitos deles já falecidos. Em coletiva, Musk declarou tratar-se possivelmente da “maior fraude da história” dos Estados Unidos. O DOGE, sob a liderança do empresário, iniciou um processo de revisão desses registros.

O corte de gastos liderado por Musk nos EUA também atingiu o avanço da agenda woke e de políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em agências federais do governo americano. De acordo com informações do próprio DOGE, contratos voltados a essas iniciativas somavam mais de US$ 1 bilhão em gastos federais e foram considerados “desnecessários e ineficientes” pela equipe. A gestão de Musk no DOGE promoveu o cancelamento de consultorias nessas áreas, bloqueou projetos de “gênero neutro” em documentos oficiais e suspendeu assinaturas premium de veículos de comunicação como Politico e The New York Times em órgãos do governo.

Além dos cortes orçamentários e do combate a fraudes, a passagem de Musk pelo DOGE foi marcada por uma ofensiva sem precedentes contra o excesso de regulamentações federais e burocracia. Dados oficiais do departamento apontam uma economia estimada de US$ 28,8 bilhões apenas com mudanças regulatórias e a revogação de normas consideradas desnecessárias ou prejudiciais à competitividade da economia americana.

No total, cerca de 808 mil palavras foram eliminadas de regulamentos e orientações internas do governo federal dos EUA. Esse enxugamento abrangeu todos os principais órgãos federais. Entre as principais revogações, destacam-se a anulação de restrições sobre taxas de penalidade em cartões de crédito, o fim de regras sobre empréstimos com cheque especial para grandes instituições financeiras e a reversão de padrões de consumo de água e energia para eletrodomésticos comerciais e residenciais. Só as medidas no setor de energia, adotadas neste mês, geraram uma economia superior a US$ 2,5 bilhões aos cofres públicos dos EUA.

O DOGE também trabalhou para diminuir o número de imóveis e espaços bancados por dinheiro público: foram encerrados 494 contratos de locação, totalizando uma economia aproximada de US$ 216 milhões. A revisão impactou tanto grandes escritórios de órgãos federais quanto prédios de uso administrativo espalhados por diversos estados dos EUA.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) também foi outro alvo prioritário na campanha de reestruturação promovida pelo DOGE no governo americano. Em uma auditoria realizada ao longo de seis semanas pela equipe de Musk, o departamento cortou mais de 80% dos programas mantidos pela agência e rescindiu mais de 5 mil contratos, conforme confirmou o secretário de Estado, Marco Rubio. A economia direta declarada com a medida chegou a US$ 6,5 bilhões. Segundo publicação do DOGE no X, por meio da Usaid, “bilhões de dólares estavam sendo usados para financiar uma pseudo-realidade fabricada globalmente”.

As ações lideradas por Musk no DOGE provocaram uma onda de demissões e realocações no funcionalismo federal. Dados da imprensa americana apontam que pelo menos 121 mil funcionários públicos foram demitidos ou receberam ofertas de desligamento voluntário, enquanto departamentos inteiros passaram por reestruturações. As medidas, no entanto, também geraram reações de sindicatos e de gestões e políticos democratas, que recorreram à Justiça para tentar barrar cortes e limitar o acesso do DOGE a “informações sensíveis”.

Diversos juízes federais determinaram, ao longo dos 130 dias de Musk à frente do DOGE, liminares que suspenderam temporariamente medidas do departamento – especialmente no acesso ao sistema do Seguro Social e na execução de cortes em órgãos como a Usaid.

Apesar dos desafios, Musk afirmou em sua mensagem de despedida que “a missão do DOGE só vai se fortalecer com o tempo, tornando-se um modo de vida em todo o governo”. O empresário encerra seu ciclo como chefe do DOGE com a marca de ter liderado um dos mais avançados processos de enxugamento da máquina pública americana, deixando como legado o debate sobre eficiência, transparência e a necessidade de modernização do Estado.

A Casa Branca agradeceu oficialmente a Musk nesta quinta-feira (29) pelos serviços prestados à frente do DOGE, reconhecendo o trabalho de modernização e corte de desperdícios liderado pelo empresário. Questionada sobre quem assumirá o comando do departamento, a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “os líderes do DOGE são todos os membros do gabinete do presidente e o próprio presidente, que está totalmente comprometido com a eliminação de desperdício, fraude e abuso de nosso governo”.

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