O Ministério das Relações Exteriores de Cuba (Minrex) convocou o chefe da missão diplomática dos Estados Unidos no país, Mike Hammer, em protesto contra o que considera uma “conduta desrespeitosa”, segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira (30).
O Minrex explicou que o diretor de Assuntos Bilaterais da Direção Geral do Ministério das Relações Exteriores, Alejandro García del Toro, entregou uma nota verbal de protesto na qual disse que a conduta “hostil e inamistosa” de Hammer era “estranha à de um diplomata e desrespeitosa com o povo cubano”.
Hammer é um diplomata com 35 anos de carreira que já esteve no Chile, na República Democrática do Congo e em outras nações. Desde sua chegada a Cuba, ele se reuniu com dissidentes, empresários e ativistas cubanos em várias regiões do país.
A chancelaria cubana descreveu o comportamento de Hammer como “provocador e irresponsável”, e o acusou de “incitar os cidadãos cubanos a cometer atos criminosos de grande gravidade” e “atacar a ordem constitucional”, “estimulando-os a agir contra as autoridades e a se manifestar em apoio aos interesses e objetivos de uma potência estrangeira hostil”.
O Minrex enfatizou que essa não é a primeira vez que o diplomata americano, que chegou a Cuba no final de 2024, foi “acusado”.
O comunicado do Minrex afirma que “a imunidade de que goza como representante de seu país não pode ser usada como cobertura para atos contrários à soberania e à ordem interna do país em que está credenciado, neste caso, Cuba”.
Nos últimos dias, vários veículos de comunicação cubanos pró-ditadura dedicaram uma série de artigos contra Hammer, nos quais criticaram essas reuniões com ativistas e dissidentes. O governo dos Estados Unidos ainda não se pronunciou sobre a convocação.
Os EUA não têm um embaixador em Cuba desde 1960. O chefe da missão é o encarregado de negócios, que não tem o posto de embaixador.