Um deputado sandinista (partido do ditador Daniel Ortega) da Nicarágua pediu a “expulsão” dos israelenses da Terra Santa e os chamou de “fascistas” durante uma sessão especial da Assembleia Nacional dedicada à Nakba, como os árabes chamam o deslocamento de aproximadamente 750 mil palestinos durante a guerra com Israel em 1948.
Segundo informações do jornal La Prensa, estiveram presentes na sessão de quinta-feira (29) o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Valdrack Jaentschke, a encarregada de negócios da Palestina no país, Dina Alhalayga, e os embaixadores da Venezuela, do Irã e da China.
Todos os 91 parlamentares da Assembleia Nacional (dominada por Ortega) participaram do evento e muitos seguravam bandeiras e cartazes com mensagens de apoio à Palestina.
O deputado sandinista e segundo secretário da Assembleia Nacional, Wilfredo Navarro, fez um discurso com acusações a Israel.
“Apesar de expulsos, os palestinos mantêm a esperança — a esperança do retorno. Eles têm um símbolo que representa esse retorno: levaram consigo as chaves das suas casas, porque essas chaves simbolizam que eles retornarão, porque a Palestina pertence aos palestinos e essa verdade não pode ser apagada da memória do mundo. Essas chaves são um símbolo de rebelião e resistência, e chegará o dia em que expulsarão os israelenses fascistas e retornarão às suas casas”, disse Navarro. O governo de Israel ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Em outubro do ano passado, a ditadura da Nicarágua anunciou o rompimento das relações diplomáticas com Israel e chamou o governo do país de “fascista e genocida”, após a Assembleia Nacional ter aprovado uma resolução nesse sentido.
Na resolução, o Parlamento chamou o governo de Israel de “inimigo da humanidade” e a ofensiva israelense contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza de “atrocidade mais detestável do século XXI e uma das piores da história da humanidade”.
Antes disso, a ditadura da Nicarágua havia apresentado um pedido na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda, para que fosse emitida uma ordem emergencial para que a Alemanha parasse de fornecer apoio político, financeiro e militar a Israel, mas a solicitação foi negada pelo tribunal.
Na mesma corte, a Nicarágua solicitou participação na ação que a África do Sul apresentou para que sejam investigadas acusações de genocídio na ofensiva de Israel em Gaza.
Depois, se retirou alegando “alto custo financeiro” para se manter no processo, mas no mês passado decidiu continuar após ter alegado que recebeu ofertas de “ajuda e colaboração”.