O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, se depender dele, a “extrema direita não volta” ao governo nas eleições de 2026. O petista deve disputar a reeleição, segundo confidenciou a parlamentares recentemente, mas ainda não tornou pública a intenção.
No entanto, projeções recentes apontam que ele pode ter dificuldades de se reeleger no ano que vem, com uma popularidade em baixa e o avanço de nomes da direita como Michelle Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em vantagem.
“Podem ter certeza de uma coisa: se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que estou e motivado do jeito que estou, a extrema direita não volta a governar esse país”, disse o presidente neste domingo (1º) durante o congresso do PSB, em Recife, que oficializou o aliado João Campos (PSB-PE) na presidência do partido.
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Ainda no mesmo discurso, Lula afirmou que a esquerda precisa eleger maioria no Senado para evitar que a direita “avacalhe” o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar a Suprema Corte. Não é porque a Suprema Corte é uma maçã doce. Não. É porque precisamos preservar as instituições que garantem o exercício da democracia neste país. Se a gente for destruir o que não gosta, não vai sobrar nada”, emendou.
Em 2026, haverá eleição para ⅔ das cadeiras no Senado – 54 das 81. A própria direita já declarou que busca maioria na Casa Alta do Congresso Nacional, já que é a instância que pode abrir pedidos de impeachment contra ministros do STF.
Lula também saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que está na mira de sanções do governo dos Estados Unidos por sanções a usuários e a redes sociais com sede no país norte-americano.
“Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender um cara brasileiro que está lá nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Que história é essa de criticar a Justiça brasileira? Eu nunca critiquei a Justiça deles, e eles fazem um monte de barbaridade”, disparou.
Aliança para 2026
Durante o evento, João Campos sinalizou que pretende manter o partido na base aliada de Lula, possivelmente com a dobradinha que levou Geraldo Alckmin à vice-presidência.
“[A aliança Lula-Alckmin] aconteceu por força da democracia e por imposição das circunstâncias que o nosso país precisava. E foi uma grata construção, porque Alckmin virou um grande companheiro de partido, um grande vice-presidente”, disse. Campos tem 31 anos e é prefeito de Recife pelo segundo mandato consecutivo.
Também estiveram na cerimônia o próprio Alckmin e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com quem o governo está em atritos por causa da recente crise do IOF, que pode ter o aumento derrubado pelo legislativo.