Jornais de todo o mundo repercutiram nesta quinta-feira (8) a escolha do cardeal americano-peruano Robert Prevost, agora o papa Leão XIV, para suceder Francisco.
O jornal El Comercio, um dos maiores do Peru, destacou a relação de Leão XIV com o país, onde atuou entre 1985 e 1986, 1988 e 1998 e 2015 e 2023, sendo que neste último período foi arcebispo de Chiclayo e obteve a cidadania peruana.
“Sua gestão se destacou pela proximidade com os fiéis e pela promoção de projetos inovadores em benefício dos jovens”, escreveu o El Comercio.
Outro jornal latino-americano, o argentino Clarín, fez relações entre Leão XIV e seu antecessor, o argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco.
O correspondente do jornal no Vaticano, Julio Algañaraz, escreveu que o novo papa é “um progressista fiel a Francisco que conseguiu convencer até a ala conservadora da Igreja”.
“Robert Prevost é um bergogliano convicto. Mas no conclave ele ganhou o apoio até mesmo dos detratores de Francisco”, afirmou Algañaraz, que também falou do período que Leão XIV atuou no Peru e destacou seu “amplo conhecimento da América Latina”.
O jornal americano The New York Times igualmente enfatizou o perfil “internacionalista” do novo papa.
“Apesar de suas raízes americanas, Leão, um poliglota nascido em Chicago, é um religioso que transcende fronteiras. Ele serviu por duas décadas no Peru, onde se tornou bispo e se naturalizou cidadão, e depois foi nomeado para um dos cargos mais influentes do Vaticano [prefeito do Dicastério para os Bispos] por Francisco, que o tornou cardeal em 2023”, afirmou o periódico.
Progressista, o New York Times quis enfatizar as supostas discordâncias de Leão XIV com o atual governo dos Estados Unidos.
“Uma conta de rede social com o nome do novo papa já expressou desconforto com as políticas de imigração do presidente [Donald] Trump e as opiniões do católico mais proeminente do governo, o vice-presidente J. D. Vance”, destacou.
O conservador The Wall Street Journal, outro periódico do país natal do novo papa, adotou outro tom.
“O papa Leão XIV, nascido em Chicago, que raramente assumiu uma posição franca sobre as questões polarizadoras da Igreja quando era cardeal, deve ser uma figura unificadora após anos de tensões ideológicas entre as alas progressista e conservadora”, projetou o jornal.