O governo de Israel criticou nesta sexta-feira (30) o presidente da França, Emmanuel Macron, e afirmou numa postagem no X que a “cruzada” dele “contra o Estado judeu continua”.
Mais cedo, durante uma visita a Singapura, Macron havia falado que a Europa deveria “endurecer” sua postura diante da situação humanitária na Faixa de Gaza.
Em março, Israel retomou a ofensiva militar em Gaza contra o Hamas, após um impasse nas negociações para a libertação de mais reféns, e bloqueou a entrada de ajuda humanitária, de forma a pressionar o grupo terrorista, a quem acusa de desviar a maior parte do auxílio que entra no enclave.
Este mês, voltou a permitir a entrada de ajuda humanitária, mas países europeus criticam a forma como tem sido distribuída e alegam que é insuficiente.
“Está muito claro hoje que não podemos deixar esta situação perdurar”, disse Macron. “Se não houver resposta à situação humanitária nas próximas horas de hoje, teremos que endurecer a posição coletiva.”
Em um post no X, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que “os fatos não interessam a Macron”.
“Não há bloqueio humanitário. Isso é uma mentira descarada. Israel está atualmente facilitando a entrada de ajuda em Gaza por meio de duas iniciativas paralelas”, alegou a pasta.
“Na primeira iniciativa, quase 900 caminhões de ajuda humanitária já entraram em Gaza vindos de Israel esta semana. Centenas desses caminhões ainda aguardam a coleta e distribuição pela ONU em Gaza”, afirmou o ministério.
“Na segunda iniciativa, o Fundo Humanitário de Gaza, que começou a operar esta semana, já distribuiu 2 milhões de refeições e dezenas de milhares de pacotes de ajuda. Essa ajuda direta à população de Gaza — contornando o Hamas — já está mudando a situação em campo e tem o potencial de prejudicar seriamente os terroristas e encurtar a guerra”, alegou a pasta.
O Ministério das Relações Exteriores também fez referência ao possível reconhecimento pela França de um Estado palestino, que está sendo debatido dentro do governo Macron.
Nesta sexta-feira, o presidente francês disse que o reconhecimento de um Estado palestino é um “dever moral” e uma “necessidade política”.
“Em vez de pressionar os terroristas jihadistas, Macron quer recompensá-los com um Estado palestino. Sem dúvida, seu dia nacional [deste Estado] será 7 de outubro [data dos atentados do Hamas contra Israel em 2023]. E é contra Israel — sob ataque em múltiplas frentes na tentativa de destruí-lo — que Macron busca impor sanções. O Hamas, por sua vez, já elogiou as declarações de Macron. O Hamas sabe por quê”, disparou.