O Serviço de Inteligência e Segurança de Defesa da Letônia divulgou um relatório anual apontando uma série de ameaças que surgiram dentro do território com as novas ambições geopolíticas da Rússia.
O governo cita como exemplo o “imperialismo russo, vinculado a uma política externa agressiva visando expansão territorial, esferas de influência de Moscou fora do país, o enfraquecimento do sistema de segurança europeu e o aumento das capacidades militares da Rússia, cujo objetivo de longo prazo é vencer uma guerra com a Otan”.
Diante da situação, a Letônia instruiu seus cidadãos sobre as ameaças de infiltração no país por figuras enviadas pelo próprio Kremlin ou por aliados, como a Bielorrússia.
Um dos exemplos citados é o de espiões que podem se passar por turistas. A avaliação do serviço de segurança recomenda atenção a “grupos ou indivíduos atléticos e desgrenhados, com higiene pessoal precária, cortes de cabelo em estilo militar e trajes esportivos”, ou que carreguem documentos ou moeda estrangeira e permaneçam em florestas ou próximos de lagos e rios.
O governo também alerta a população sobre indivíduos não identificados que fazem perguntas a moradores locais sobre suas opiniões políticas, parecem muito interessadas ou tiram fotos de infraestrutura crítica, falam uma versão forçada da língua ou têm equipamentos de sobrevivência e rádios.
As autoridades alertam ainda que espiões podem se passar por funcionários de organizações como a Cruz Vermelha ou da ONU.
A Letônia é um dos países da Otan e considera a Rússia sua maior ameaça externa, atualmente. A Invasão de Putin na Ucrânia levou diversos países vizinhos a aumentarem suas medidas de segurança e incentivou outros a elevarem gastos militares.