Macron critica tentativa de Lula de culpar Ucrânia pela guerra

O presidente francês, Emmanuel Macron, se contrapôs publicamente a uma tentativa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de culpar a Ucrânia pela continuidade da guerra com a Rússia, em uma entrevista transmitida ao vivo na manhã desta quinta-feira (5), na França. Macron também corrigiu o conceito que Lula expôs sobre multilateralismo e disse que o Brasil tem que ajudar a fazer pressão sobre a Rússia pelo fim da guerra.

“Fiquei preocupado porque na semana passada, quando se começa a discutir a paz, me parece que houve um ataque da Ucrânia a um aeroporto, não sei aonde, na Rússia. E agora eu estou lendo no boletim que o [presidente americano Donald] Trump publicou um e-mail, um tuíte, dizendo que conversou com o [ditador russo Vladimir] Putin e que a conversa não foi muito boa e que o Putin disse que vai retaliar a Ucrânia”, disse Lula.

O presidente brasileiro parecia estar se referindo a um ataque ucraniano com drones realizado no domingo (1) em quatro bases militares russas que destruiu aviões de radar e bombardeiros estratégicos da Rússia sem causar nenhuma morte de civis. A Ucrânia afirma que um terço dos aviões capazes de transportar mísseis nucleares da Rússia (41) foram atingidos, mas a informação não foi confirmada por Moscou nem por fontes independentes. Trump disse em uma entrevista coletiva que conversou com Putin e ele disse que haveria retaliação.

“Ou seja, as pessoas precisam se dar conta, e eu disse isso pessoalmente ao presidente Putin, que chegou o momento em que as pessoas já sabem o que vai dar isso. Já está mais do que provada a insanidade mental da guerra”, disse Lula.

Cara a cara com o presidente brasileiro, Macron criticou sua tentativa de equiparar a culpa aos dois países pela invasão russa à Ucrânia.

“Sobre esse assunto eu penso que a melhor orientação são as ideias simples: há um agressor, que é a Rússia, e há um agredido, que é a Ucrânia. Todos queremos a paz, mas os dois não podem ser tratados em pé de igualdade. Segunda coisa: a proposta de um cessar-fogo dos Estados Unidos foi aceita pelo presidente [ucraniano Volodymyr] Zelensky em março em Jeddaa [Arábia Saudita] e continua a ser recusada pelo presidente Putin. Ele iniciou a guerra e não quer um cessar-fogo”, disse o presidente francês.

Lula disse que o Brasil se posicionou contra a ocupação territorial e defendeu uma iniciativa do Brasil e da China, que reuniu apoio de outras 11 nações, a maioria países em desenvolvimento, para discutir a paz na Ucrânia. Ele criticou o enfraquecimento da ONU e voltou a defender que mais países façam parte do Conselho de Segurança do órgão.

Macron, por sua vez, disse que a defesa do multilateralismo na ONU que o Brasil faz é relevante, mas o mais importante é a defesa dos princípios da Carta da ONU, que protege a integridade dos estados e proíbe anexações forçadas de território.

“Essa violação da integridade foi causada pela Rússia e não pela Ucrânia, então não podemos nos enganar, um país violou a Carta das Nações Unidas, infelizmente ele é membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ele recusa a paz”, disse Macron.

“Americanos chineses, brasileiros e indianos devemos todos fazer pressão sobre a Rússia para que ela ponha um fim a esta guerra, a este conflito, para que possa ser negociada uma paz robusta”, disse o presidente francês.

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Lula e Macron trataram de meio ambiente e acordo UE-Mercosul

Lula está fazendo uma visita oficial à França desde quarta-feira (4), na qual deve assinar 20 acordos bilaterais nas áreas de vacinas, segurança pública, educação, ciência e tecnologia. Ele já cobrou ajuda a Macron para obter dinheiro de nações desenvolvidas para preservar o meio ambiente no Brasil e defendeu a assinatura de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Na entrevista, Lula argumentou que os fazendeiros franceses, principais opositores do acordo, também vão lucrar pois as atividades agrícolas do Brasil e da França seriam complementares.

Lula ficará até domingo na França, onde participará de um seminário sobre preservação dos oceanos e receberá um título de doutor honoris causa da Universidade de Paris.

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