O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, criticou nesta quarta-feira (14) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que durante sua visita ao Oriente Médio fez críticas ao regime dos aiatolás e garantiu que este nunca terá armas nucleares.
“Ele [Trump] acha que pode vir aqui, entoar slogans e nos assustar. Para nós, o martírio é muito mais doce do que morrer na cama. Vocês vieram para nos assustar? Não nos curvaremos a nenhum valentão”, disse Pezeshkian, em comentários transmitidos pela TV estatal do Irã.
Durante discurso ontem em Riad, na Arábia Saudita, Trump classificou o Irã como “a maior e mais destrutiva” força da região, causando “sofrimento impensável em Síria, Líbano, Gaza, Irã, Iêmen e além”, e afirmou que os iranianos “nunca terão uma arma nuclear”.
Hoje, o presidente americano voltou a criticar Teerã, ao dizer que o Irã “deve parar de apoiar o terrorismo, interromper suas sangrentas guerras por procuração e cessar de forma permanente e verificável sua busca por armas nucleares”.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, havia descrito como “enganosas” as afirmações de Trump.
“Isso é pura enganação e uma reversão de ameaças”, afirmou. “Estão tentando retratar o Irã como uma ameaça à região para que se esqueçam da principal ameaça, mas também não conseguirão isso”, disse, em referência a Israel.
Também acusou os Estados Unidos de “impedir” o progresso do Irã com sanções nos últimos 40 anos, bem como com pressão e ameaças militares.
Irã e EUA iniciaram as negociações nucleares em 12 de abril e já realizaram quatro rodadas até agora, mediadas por Omã, a última das quais ocorreu no último fim de semana em Mascate.