O presidente da Argentina, Javier Milei, culpou nesta quinta-feira (8) o partido Proposta Republicana (PRO), do ex-mandatário Mauricio Macri (2015-2019), pelo fracasso do projeto da Lei da Ficha Limpa no Senado do país.
Na quarta-feira (7) à noite, uma proposta para impedir que condenados em segunda instância concorram em eleições na Argentina teve apenas 36 votos favoráveis, um a menos que o necessário para ser aprovada. Houve 35 votos contrários e uma ausência.
O partido de Milei, A Liberdade Avança (LLA), havia pedido que o projeto só fosse para votação caso houvesse assinaturas de 37 senadores apoiando a proposta. Porém, isso não ocorreu, e houve a rejeição no plenário do Senado.
“Ao contrário dos corruptos que vieram antes, eu não vou desistir. Então, vou continuar lutando, e a realidade é que os votos não estavam garantidos. Foi tudo uma operação midiática”, disse Milei durante o 11º Fórum Econômico Latino-Americano, em Buenos Aires, segundo informações do site Infobae.
“Além disso, eles [PRO] estão [no governo] na cidade [de Buenos Aires] há 17 anos e nunca conseguiram [aprovar a Ficha Limpa], e nos quatro anos em que estiveram no poder [federal], também não conseguiram”, afirmou o presidente.
A deputada do PRO Silvia Lospennato, uma das principais defensoras do projeto na Câmara argentina, afirmou que oito deputados do LLA se ausentaram de uma sessão importante sobre a Ficha Limpa em novembro; a parlamentar disse que perdeu “a confiança em Milei”.
No meio político argentino, considera-se que a grande beneficiada será a ex-presidente peronista Cristina Kirchner (2007-2015), que poderá concorrer nas eleições legislativas de outubro mesmo tendo sido condenada em segunda instância.
No final de 2022, Kirchner foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos por um tribunal argentino pelo chamado caso Vialidad, devido a um esquema de desvios de recursos de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo.
Em novembro do ano passado, a Câmara Federal de Cassação ratificou a sentença. Agora, o caso será analisado pela Suprema Corte da Argentina.