Nacionalistas russos têm intensificado sua atuação nas redes sociais para pressionar o regime de Vladimir Putin a rejeitar qualquer negociação de paz com a Ucrânia e prolongar a invasão que desencadeou a guerra em 2022. A movimentação ocorre em meio a sinais de que Moscou considera a possibilidade de um cessar-fogo, o que desagradou setores alinhados ao discurso mais agressivo dentro da Rússia, segundo reportagem da agência Reuters publicada nesta quarta-feira (15).
Entre os mais agressivos está Pavel Gubarev, ativista pró-Kremlin que vive na região de Donetsk. Segundo a Reuters, Gubarev afirmou no domingo (12) nas redes sociais que uma trégua na guerra seria o mesmo que “entregar nossas armas, entregar nosso país!”. A frase foi publicada logo após o Putin sugerir a retomada das conversas de paz em Istambul, na Turquia, o que está ocorrendo nesta semana.
Além de Gubarev, o empresário Konstantin Malofeev, figura próxima ao alto escalão russo, também afirmou que “a guerra continuará até a completa libertação de Novorossiya e Malorossiya”, nomes herdados do período imperial russo que fazem referência a parte do território ucraniano.
Esses nacionalistas, frequentemente chamados de Z-patriotas – em alusão ao símbolo usado pelas forças russas na guerra –, defendem não só a manutenção do conflito como sua ampliação para cidades como Kiev, Odessa e até ataques contra países vizinhos.