O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quarta-feira (14) o presidente da França, Emmanuel Macron, de se aliar a “uma organização terrorista islâmica assassina” e comprar a propaganda do Hamas, depois que este último chamou nessa terça-feira (13) de “vergonhosa” a atitude do governo israelense de bloquear o acesso de ajuda à Faixa de Gaza.
“Macron mais uma vez escolheu apoiar uma organização terrorista islâmica assassina e fazer eco de sua falsa propaganda, enquanto acusa Israel de difamação de sangue”, disse Netanyahu em um comunicado, referindo-se à acusação antissemita de que supostamente judeus assassinam crianças cristãs para usar seu sangue em ritos religiosos.
Macron disse estar “aberto” à possibilidade da UE reconsiderar os acordos de Associação com Israel, que serão debatidos no próximo dia 20 na reunião de ministros das Relações Exteriores europeus, alegando que “não é possível agir como se nada estivesse acontecendo”, em entrevista à TF1, ao responder a uma pergunta se Israel deveria ser sancionado pela invasão a Gaza.
Netanyahu argumentou que Macron estava do lado do Hamas ao fazer essas afirmações, alegando que “em vez de apoiar o campo democrático ocidental que está lutando contra organizações terroristas islâmicas e exigindo a libertação de reféns, Macron está mais uma vez exigindo que Israel se renda e recompense o terrorismo”.
“Israel está travando uma luta multifacetada por sua existência após o horrível massacre perpetrado pelo Hamas contra pessoas inocentes em 7 de outubro, que incluiu o assassinato e o sequestro de dezenas de cidadãos franceses”, disse o premiê israelense.
E enfatizou: “Israel não vai parar nem se render”.
As declarações de Macron não são novas e seguem a linha aberta pelo francês quando afirmou, em entrevista coletiva com o chanceler alemão, Friedrich Merz, que a situação humanitária em Gaza é “inaceitável”.
Macron então reafirmou a política francesa de apoio a Israel em sua luta contra o terrorismo do Hamas, mas, após notar que a França não tem “dois pesos e duas medidas”, afirmou que “é inaceitável que Israel não respeite o direito humanitário em Gaza, nem realize o deslocamento da população civil”.
“A situação é a mais crítica que já vimos em Gaza”, resumiu o mandatário francês. Por isso, pediu a “retomada dos envios humanitários para Gaza, que estavam suspensos desde o início de março”.