O homem egípcio preso por queimar pessoas que participavam de uma manifestação pedindo a libertação de reféns israelenses enfrenta 16 acusações de tentativa de homicídio em nível estadual e outras por crime de ódio na Justiça federal.
Mohamed Sabry Soliman, de 45 anos, feriu pelo menos 12 pessoas no ataque antissemita de domingo, na cidade americana de Boulder, no Colorado.
Segundo autoridades federais, o acusado relatou em depoimento que o ataque foi motivado por “raiva latente contra Israel e sionistas”. Ele atirou coquetéis molotov e utilizou um lança-chamas para ferir os manifestantes do grupo Run for Their Lives.
Soliman detalhou que seu plano foi construído ao longo de um ano, mas não executou anteriormente porque sua filha precisava finalizar os estudos de ensino médio nos Estados Unidos.
Um artigo do jornal local Colorado Springs Gazette, de abril, cita uma estudante que corresponde à descrição da filha do agressor. Na reportagem, ela é mencionada como beneficiária de uma bolsa de estudos.
Informações divulgadas pela polícia estadual apontam que Soliman nasceu no Egito, mas se mudou para o Kuwait, onde viveu por 17 anos antes de se mudar para o Colorado.
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos afirmou nessa segunda-feira que o autor do ataque antissemita entrou no país em agosto de 2022 com um visto de turismo, solicitando no mês seguinte asilo. Após o vencimento do documento, ele continuou nos Estados Unidos, de forma ilegal, morando no Colorado com a esposa e cinco filhos.
Segundo a imprensa americana, investigadores encontraram logo após o crime um recipiente de plástico com mais de uma dúzia de coquetéis molotov apagados, um carro usado por Soliman com mais panos vermelhos, um botijão de gás vermelho e documentos com as palavras “Israel”, “Palestina” e “USAID”.
Segundo o FBI, que efetuou a prisão do acusado, ele admitiu em interrogatório ter aprendido a fazer coquetéis molotov na internet. “Ele declarou que queria matar todos os sionistas, que desejava todos eles mortos”, disse a agência, citando depoimento de Soliman.
“Ele tinha como alvo específico o ‘Grupo Sionista’ que se reuniu em Boulder, tendo tomado conhecimento do grupo por meio de uma pesquisa online. Ao longo da entrevista, Soliman afirmou que odiava o grupo sionista e fez isso porque odiava esse grupo e precisava impedi-lo de tomar ‘nossa terra’, que ele explicou ser a Palestina”, informaram ainda as autoridades. “Ele afirmou que vinha planejando o ataque há um ano e que estava esperando até que sua filha se formasse para realizá-lo”.