No programa Última Análise desta terça-feira (13), o tema foi a eleição do novo papa, o cardeal Robert Prevost, ou Leão XIV, pelo Conclave da Igreja Católica. Os participantes discutiram a respeito do significado desta escolha, abordando desde a origem do nome, até os seus posicionamentos dentro do cenário geopolítico atual. O papa Leão XIV sucede o Papa Francisco, cujo legado também poderá influenciar o novo pontificiado.
O editor de Opinião da Gazeta do Povo Marcio Antonio Campos acompanhou de perto o Conclave no Vaticano e afirma ter ficado surpreso, inicialmente, com a velocidade da eleição e também com a escolha em si: “Prevost era citado como um nome potencial, devido ao seu cargo importante no Vaticano, o que lhe dava visibilidade entre os cardeais. Mas era considerado uma segunda opção em comparação com favoritos, como Pietro Parolin e Luis Antonio Tagle”.
À sombra de um cenário geopolítico tenso
Ainda que nascido nos Estados Unidos, Leão XIV tem experiência como missionário da Igreja Católica no Peru, o que chama atenção para suas raízes latino-americanas. Segundo Marcio, esta é também uma semelhança com seu antecessor e, assim, podemos esperar que ele tenha a mesma preocupação social. Porém, ele alerta para evitar muitas comparações entre os dois, como fizeram anteriormente entre Francisco e Bento XVI.
Inserido em um cenário global problemático, o papa Leão XIV, como representante da Igreja Católica, não terá como se omitir diante dos conflitos atuais. Assim afirma o advogado André Marsiglia, que diz que só então “ficará um pouco mais claro se ele é um papa reformista ou mais tradicional”.
Um dos primeiros atos de Leão XIV foi ligar para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sugerindo uma posição mais proativa do Vaticano, segundo Marcio. Ainda, em relação aos problemas da América Latina, o editorialista da Gazeta lembra: “Por ele ter uma relação com a América do Sul, imagina-se que ele fale da Nicarágua, da Venezuela, países em que existe perseguição religiosa”.
O simbolismo de um papa
Em relação à posição de um papa, o colunista da Gazeta do Povo Paulo Polzonoff Jr apontou para uma incompreensão, consequência de uma “visão ideológica”, que muitas pessoas têm: “Aquilo não é uma luta pelo poder secular, como a gente vê no Brasil. Aquelas pessoas não ambicionam o poder”. Segundo ele, na verdade, ser papa tem um “peso” e uma “responsabilidade gigantesca”.
Marcio completa que se trata de um cargo que exige também ser pastor, santo, administrador, diplomata, entre outros atributos. “Nâo tem presidente no mundo que tenha tanta exigência como um papa”, ele explica.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a quinta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.