A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, adotou o lema de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para defender a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, na região conhecida como Margem Equatorial. O “let’s drill, baby”, ou “vamos perfurar, baby”, foi um dos mais usados pelo político para defender a produção interna do óleo.
O uso da expressão por Chambriard ocorreu durante um painel em uma conferência em Houston, nos Estados Unidos, na última terça (6). A estatal busca conseguir a liberação ambiental pelo Ibama, travada há anos e que já foi alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nós realmente acreditamos que teremos boas surpresas no momento em que tivermos a licença para perfurar. ‘Let’s drill, baby, drill’”, disse a executiva em inglês, segundo um vídeo compartilhado nas redes sociais que foi confirmado pelo jornal Valor Econômico.
VEJA TAMBÉM:
-
Petrobras reduz em R$ 0,16 preço do diesel às distribuidoras
O bloco 59 está localizado a cerca de 160 km da costa do Amapá, no extremo Norte do país. A exploração nessa região tem sido alvo de embates entre o setor produtivo e ambientalistas.
Apesar disso, Magda reforçou que a estatal está preparada para operar com segurança e responsabilidade.
“O povo do Amapá pode ficar tranquilo que a Petrobras atua com responsabilidade, empregando a mais alta tecnologia”, assegurou.
O governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), também participou do evento e defendeu a exploração do bloco 59, afirmando que o estado precisa dos recursos provenientes da extração do óleo.
“Nós queremos muito e precisamos muito dos recursos oriundos desse petróleo. E acreditamos que nós podemos fazer isso de uma forma muito segura”, declarou classificando a exploração como “virada de chave” para a economia do estado.
Lula já classificou a demora do Ibama como “lenga-lenga”, e prometeu a políticos amapaenses o apoio à exploração.
O ponto em que a Petrobras pretende perfurar um poço de teste fica a 540 quilômetros de distância da foz do Rio Amazonas, o que minimizaria o risco de um eventual vazamento provocar um desastre ambiental na região. A exploração já consta no Plano Estratégico da estatal para o período de 2024 a 2028 com investimentos totais de US$ 3,1 bilhões para toda a Margem Equatorial.
Apenas neste trecho da Margem Equatorial, se estima uma extração de 6 a 10 bilhões de barris de petróleo, segundo explicou Silveira à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados em 2023. É uma estimativa semelhante à do pré-sal, de 12 bilhões de barris.