O ditador da Rússia, Vladimir Putin, exigiu que a Otan, a aliança militar do Ocidente, pare sua expansão no leste europeu como condição para encerrar a guerra com a Ucrânia, informou nesta quarta-feira (28) a agência Reuters, citando três fontes oficiais russas que acompanham as negociações.
Elas informaram à agência britânica que Putin quer um compromisso “por escrito” das principais potências ocidentais de não expandir a Otan rumo ao leste, o que impediria a adesão da Ucrânia, Geórgia, Moldávia e outras ex-repúblicas soviéticas.
As fontes acrescentaram que o Kremlin também impôs as exigências de neutralidade militar da Ucrânia, o levantamento de algumas sanções do Ocidente, uma solução para a questão do congelamento de ativos soberanos russos e a proteção de falantes de russo na Ucrânia.
Uma das fontes disse à Reuters que, se essas condições não forem atendidas, Putin buscará mostrar aos ucranianos e europeus por meio de vitórias militares que “a paz amanhã será ainda mais dolorosa”. O Kremlin não confirmou as informações da agência.
Antes da guerra da Ucrânia ter início, em fevereiro de 2022, a Rússia vinha exigindo que a Otan retornasse à configuração anterior a 1997, quando vários países da antiga Cortina de Ferro ainda não haviam entrado na aliança militar – entre eles, os Estados Bálticos, Polônia, Hungria e Romênia.
Desde o início do conflito, Suécia e Finlândia abriram mão de décadas de neutralidade militar e entraram na Otan – a fronteira russa com o território finlandês agora é a maior entre o território da Rússia e um país da aliança, com 1,34 mil km.