O Kremlin voltou a descartar nesta terça-feira (3) uma cúpula entre o ditador da Rússia, Vladimir Putin, e os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para tratar de uma possível solução para a guerra.
“Se formos honestos, é improvável que isso aconteça em breve. O presidente [ditador] Putin declarou repetidamente sua disposição de realizar reuniões no mais alto nível, mas, ao mesmo tempo, acrescentou que tais reuniões devem ser o resultado de acordos alcançados” durante as negociações, disse o porta-voz do Kremlin russo, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa diária.
Putin já havia se recusado a se reunir com Zelensky em meados de maio, como parte da primeira rodada de negociações em Istambul, na qual Trump expressou sua disposição de comparecer.
A Casa Branca informou nesta segunda-feira que Trump estaria “aberto” a realizar uma reunião tripartite, já que o anfitrião em Istambul, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também seria convidado.
“O presidente disse que está aberto a isso, mas quer que ambos os líderes (Putin e Zelensky) e ambos os lados (Rússia e Ucrânia) se reúnam à mesa. Vimos isso acontecer hoje, a pedido do presidente Trump”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Na verdade, Erdogan foi quem propôs uma reunião entre Putin, Trump e Zelensky no final de junho, um encontro já aprovado pelo líder ucraniano.
Putin e Trump, que conversaram por telefone pela última vez em 19 de maio, não se encontram desde meados de 2018, quando se reuniram em Helsinque.
A segunda rodada de negociações em Istambul foi concluída sem um acordo de cessar-fogo, embora ambos os lados tenham concordado em trocar todos os prisioneiros de guerra gravemente feridos ou doentes, bem como todos os menores de 25 anos.
De acordo com o memorando divulgado pela imprensa russa, Moscou exige para uma solução definitiva do conflito que Kiev reconheça a anexação da Península da Crimeia e de outras quatro regiões pela Rússia, deixe de ser membro de blocos militares como a Otan e imponha um limite ao número de tropas em suas Forças Armadas.
Além disso, exige que Kiev realize eleições presidenciais e parlamentares dentro de 100 dias após o fim da lei marcial na Ucrânia.
Por sua vez, o memorando apresentado pelos ucranianos na cidade turca rejeita cada uma das principais reivindicações da Rússia.