Qual é papel dos EUA no conflito Irã-Israel?

Com o conflito entre Israel e Irã chegando nesta terça-feira (17) ao quinto dia de troca de ataques entre os dois países, uma grande dúvida que permanece é: qual será o papel dos Estados Unidos, o principal aliado geopolítico dos israelenses, nesse confronto?

Em 1979, quando a Revolução Islâmica derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi e radicais xiitas tomaram o poder no Irã, este se tornou o maior inimigo de Israel, cuja defesa é uma das prioridades da política externa dos Estados Unidos.

Segundo dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), 69% das importações de armas de Israel vêm dos Estados Unidos, com a Alemanha em um distante segundo lugar, com 30%.

O ataque de Israel a instalações militares e nucleares do Irã que desencadeou o conflito, na sexta-feira passada (13), ocorreu em meio a negociações de Teerã com o governo Donald Trump sobre um novo acordo nuclear, após os Estados Unidos terem se retirado do primeiro compromisso na primeira gestão do republicano (2017-2021).

Israel se opõe a essas negociações e alega que são apenas uma desculpa do Irã para ganhar tempo para a construção de uma arma nuclear – o que estaria próximo de acontecer, daí a necessidade de um ataque “preventivo”.

Horas antes do primeiro ataque israelense, Trump disse que se opunha a uma ofensiva de Israel. Depois, afirmou que foi avisado pelo premiê Benjamin Netanyahu de que o ataque aconteceria e disse que o Irã deveria já ter aceito o acordo com os Estados Unidos para evitá-lo.

Desde então, Trump escalou a retórica. No domingo (15), prometeu uma forte resposta ao Irã caso o regime dos aiatolás realize ataques contra bases e representações americanas no Oriente Médio.

“Os EUA não tiveram nada a ver com o ataque ao Irã esta noite. Se formos atacados de qualquer forma pelo Irã, toda a força e poder das Forças Armadas dos EUA recairão sobre vocês em níveis nunca vistos antes”, escreveu Trump, na rede Truth Social.

Foi uma resposta a Abbas Araghchi, ministro das Relações Exteriores do Irã, que acusou os americanos de terem ajudado nos ataques de Israel.

“Temos evidências sólidas e bem documentadas do apoio prestado pelas forças americanas na região e suas bases aos ataques militares do regime sionista”, disse o chanceler iraniano.

“Portanto, os EUA, em nossa opinião, são parceiros nesses ataques e devem assumir sua responsabilidade”, acrescentou.

Na segunda-feira (16), os Estados Unidos enviaram um segundo porta-aviões para o Oriente Médio, como estratégia de dissuasão contra os iranianos.

Nesta terça, Trump falou novamente em tom ameaçador: disse que sabe “exatamente” onde está o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, mas que não pretende matá-lo “por enquanto”, e alegou que os americanos têm controle “total e completo” do espaço aéreo iraniano.

Na série de mensagens na Truth Social, Trump exigiu uma “rendição incondicional” dos iranianos e afirmou que a paciência americana “está se esgotando”, o que sugere que pode recorrer a ataques diretos ao Irã em breve.

Após as postagens, duas autoridades dos Estados Unidos disseram à emissora CNN que Trump está cada vez mais “inclinado” a usar recursos militares americanos “para atacar instalações nucleares iranianas”, deixando de lado a busca por uma solução diplomática.

Ataques diretos ao Irã não seriam uma novidade para Trump: em 2020, os Estados Unidos mataram em um ataque em Bagdá o major-general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica.

Entretanto, naquele momento, a situação política na região era outra, e Trump não precisava escolher entre os papéis de mediador e participante de um conflito. Sua definição sobre essa questão influenciará o equilíbrio de forças do Oriente Médio – com consequências ainda difíceis de prever.

Na segunda-feira, o jornal The New York Times publicou que Trump está analisando se deve ajudar Israel a destruir a usina de enriquecimento de urânio de Fordow, que fica 90 metros abaixo do solo, de forma que apenas os Estados Unidos teriam poder de fogo para alcançá-la.

“Se ele decidir prosseguir, os Estados Unidos se tornarão um participante direto de um novo conflito no Oriente Médio, enfrentando o Irã exatamente no tipo de guerra que Trump jurou, em duas campanhas, que evitaria”, afirmou o Times.

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