O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm, até o momento, as melhores pontuações no quiz da Gazeta do Povo que avalia, sob diferentes critérios, os principais nomes da direita que podem disputar as eleições presidenciais de 2026.
Depois de Tarcísio e Bolsonaro, o governador mineiro Romeu Zema (Novo) e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) ocupam a terceira e a quarta colocação, seguidos pelos governadores do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). O empresário Pablo Marçal (PRTB), por sua vez, tem a pior avaliação entre sete possíveis candidatos selecionados neste levantamento. O quiz continua no ar neste link.
Mais de 22 mil leitores — entre assinantes e não assinantes — já participaram, atribuindo notas de 0 a 10 aos nomes da direita em quatro critérios: popularidade, capacidade de gestão, condução da economia e articulação política.
Como os leitores avaliam os candidatos da direita
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 8,52
Líder do ranking de avaliações, o governador paulista é visto como o nome mais preparado da nova geração de líderes conservadores. Mesmo afirmando que pretende disputar a reeleição estadual, Tarcísio é apontado por muitos como o candidato da direita com maior potencial para herdar o espólio político de Bolsonaro.
Jair Bolsonaro (PL): 8,28
Apesar de estar inelegível por decisão do TSE, o ex-presidente mantém alta avaliação, confirmando sua relevância como principal liderança da direita no país. Se não puder disputar, caberá a ele indicar o candidato que representará o campo conservador em 2026.
Romeu Zema (Novo): 7,6
Governador de Minas Gerais, já sinalizou interesse em concorrer ao Planalto. Tem boa avaliação entre os leitores, mas ainda precisa consolidar seu nome nacionalmente.
Michelle Bolsonaro (PL): 7,0
A ex-primeira-dama tem se destacado nas pesquisas e, entre os nomes ligados diretamente a Bolsonaro, é uma das que mais despertam simpatia entre o eleitorado conservador.
Ratinho Jr. (PSD): 7
O governador do Paraná tem apoio regional sólido e vem sendo observado como possível nome de centro-direita para compor alianças.
Ronaldo Caiado (União Brasil): 6,4
Pré-candidato declarado, Caiado enfrenta resistência entre os leitores que participaram do quiz.
Pablo Marçal (PRTB): 5,0
Apesar da projeção conquistada em 2022, o empresário está inelegível e enfrenta dificuldades de aceitação entre os eleitores da direita. Ele teve a pior média no levantamento até agora.
Bolsonaro será “grande eleitor” se não reverter inelegibilidade
A boa avaliação de Tarcísio demonstra confiança dos leitores sobretudo em sua capacidade técnica e de articulação. Bolsonaro, porém, foi quem conseguiu notas maiores mais vezes – apesar de ter ficado com a média ligeiramente menor por ter recebido também avaliações ruins. Ele foi o mais bem avaliado por 56% das pessoas que participaram do quiz da Gazeta do Povo.
O cientista político Márcio Coimbra, diretor do Instituto Monitor da Democracia, acredita que o ex-presidente deve manter sua pré-candidatura pelo maior período possível, mesmo estando inelegível, como forma de preservar sua influência. Caso a decisão do TSE não seja revertida — cenário que o analista considera o mais provável — Bolsonaro terá papel central como “grande eleitor” do pleito.
Nesse contexto, a escolha do vice em uma eventual chapa liderada por Bolsonaro pode se mostrar fundamental. Segundo Coimbra, o nome indicado para a vice-presidência terá grandes chances de assumir a cabeça da chapa se Bolsonaro for impedido judicialmente.
O analista considera que nomes como Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao menos neste momento, são favoritos à bênção do ex-presidente, em comparação com os governadores de direita que tentam conquistar o apoio dele.
Apesar de bem avaliado, Tarcísio é visto como um político de perfil técnico, diferente do estilo combativo de Bolsonaro. “A tendência é que Bolsonaro opte por alguém de lealdade pessoal comprovada, como fez com Braga Netto em 2022”, avalia Coimbra.
Ainda assim, o analista não descarta a possibilidade de surgir um “outsider” — alguém fora do radar atual, mas que seja fiel ao projeto de Bolsonaro. Um exemplo seria o senador Cleitinho Azevedo (PL-MG), que tem ganhado projeção entre o eleitorado conservador.
Já Pablo Marçal, embora se encaixe no perfil de outsider, acabou perdendo espaço devido a atritos com o entorno de Bolsonaro e por também estar inelegível.