A Marinha russa iniciou, nesta terça-feira (27), manobras navais no mar Báltico com participação de mais de 20 navios, além de aviões e helicópteros, anunciou a Frota do Báltico.
“Os exercícios envolvem cerca de 3 mil pessoas, cerca de 25 aviões e helicópteros e até 70 equipes militares”, diz o comunicado. As embarcações envolvidas incluem fragatas, corvetas, petroleiros, rebocadores e todos os tipos de embarcações de apoio.
A Marinha russa informou que as manobras envolvem navios das frotas do Báltico e do Norte, baseadas em Kaliningrado e São Petersburgo, respectivamente.
Também foram mobilizadas as forças dos distritos militares de Moscou e Leningrado, bem como das Forças Aeroespaciais. Durante as manobras, serão realizados exercícios de tiro contra alvos marítimos e aéreos inimigos, como drones aquáticos.
Imagens divulgadas pela Frota do Báltico mostram navios, bombardeiros e caças navegando pelas águas do mar Báltico, palco de tensões nas últimas semanas entre Rússia e países da Otan.
Um dos conselheiros do Kremlin, Nikolai Patrushev, acusou o Ocidente na segunda-feira de “gerar tensões militares no Báltico” e planejar bloquear navios russos em estreitos internacionais.
Patrushev indicou que as autoridades da Estônia estão tentando deter embarcações com destino a portos russos sob o pretexto de evitar ameaças à infraestrutura subaquática crítica, incluindo a zona econômica exclusiva, e garantir a segurança ambiental.
Duas semanas atrás, a Marinha da Estônia tentou deter um petroleiro não registrado, que foi descrito como parte da frota fantasma usada pela Rússia para escapar das sanções ocidentais.
O petroleiro não parou e um caça russo apareceu para escoltá-lo, violando o espaço aéreo estoniano.
Após o incidente, um petroleiro de propriedade grega e bandeira da Libéria que havia zarpado do porto estoniano de Sillamäe foi detido em águas russas no mar Báltico e só conseguiu retomar seu curso em direção a Roterdã no dia seguinte.
Em resposta a esses fatos, o Kremlin declarou na última quarta-feira que a Rússia defenderá a navegação de seus navios com todos os meios à sua disposição.
Na semana passada, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou que a região do Báltico poderia se tornar um “palco de confronto” entre os aliados de Otan e Rússia.
Falando à imprensa do Centro de Operações Marítimas em Gdynia (norte), o premiê polonês comentou sobre a intervenção de um navio da Marinha polonesa que descobriu um navio russo “realizando manobras suspeitas” no mar Báltico, onde passa um cabo submarino “crucial para a Polônia”