A eleição presidencial de 2026 se avizinha e o campo da direita não tem um candidato definido. Enquanto a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro segue impedida pela inelegibilidade, nenhum nome de um grande estado se lançou na corrida eleitoral. Assim, até mesmo a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro desponta como uma das opções.
Este foi o ponto de partida do programa Última Análise desta quarta-feira (14). Os participantes, através de um quiz elaborado pela Gazeta do Povo – que você pode responder também aqui – avaliaram os potenciais candidatos para a direita em 2026. Os critérios foram quatro: popularidade, capacidade de gestão, gestão da economia e articulação política.
Bolsonaro: ainda o principal nome?
Em relação ao ex-presidente, os convidados concordaram que, ainda que inelegível, Jair Bolsonaro tem popularidade inquestionável, recebendo nota máxima de todos os participantes no quesito. Segundo o advogado André Marsiglia, mais do que popularidade, o brasileiro tem uma rara identificação com ele: “Isso é muito difícil de conseguir. É algo que não é feito por marketing. É feito de forma espontânea, o que é ainda mais complexo”, opina.
Já o colunista da Gazeta do Povo Francisco Escorsim completa que, sem “a benção de Bolsonaro”, nenhum candidato se torna viável no campo da direita. Ele lembra que, mesmo contra uma mídia que joga contra, o ex-presidente permanece à frente em várias pesquisas, sendo um “fenômeno de popularidade que precisa ser estudado”.
Em uma análise retrospectiva de seu governo, Marsiglia elogia a capacidade de gestão de Bolsonaro, especialmente por sua habilidade de delegar funções, lembrando que esta “é a função de um presidente”. Já na questão econômica, aponta a escolha de Paulo Guedes como um “grande mérito”, que fez o Brasil enfrentar razoavelmente a pandemia.
Por outro lado, a grande fraqueza de Bolsonaro foi a articulação política, sobretudo com a oposição. É o que diz o cronista da Gazeta do Povo Paulo Polzonoff Jr: “Quando se fala em ‘oposição’, há duas forças além do Congresso: a imprensa, que fez uma oposição ferrenha, e o STF. Neste caso, Bolsonaro não soube lidar de jeito nenhum”.
A alternativa dos governadores
Dentre os governadores, Tarcísio Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, foi bastante elogiado por sua capacidade técnica. Marsiglia afirma que há um reconhecimento do trabalho realizado pelo governador paulista. Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) também foi avaliado e, ainda que sendo um nome forte, carece de popularidade nacional, conforme Escorsim.
A grande novidade das eleições municipais de 2025, Pablo Marçal (PRTB-SP), também é considerada pelos comentaristas. Porém, Polzonoff não o vê como alguém capaz de resolver o problema do país. “Ele não entendeu como se faz política. É um revolucionário, ele quer destruir o sistema”, contrapõe.
Ainda, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro é tratada como um nome viável para a eleição de 2026 pela direita. Escorsim elogia sua capacidade de diminuir a rejeição associada ao nome “Bolsonaro”. Ele acredita que, se ela fosse candidata, seria capaz de chegar a lugares onde Bolsonaro não consegue. Já Polzonoff lembra de seu apelo inegável entre evangélicos, que hoje é “um público importante e muito ativo politicamente”.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a quinta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.
