Após ter cancelado a permissão da Universidade de Harvard para matricular estudantes estrangeiros – medida que foi suspensa pela Justiça americana –, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (28) que a instituição deveria ter um limite de alunos de outros países no seu corpo discente.
“Acho que eles deveriam ter um teto de talvez 15%, não 31% [do total de estudantes]. Temos pessoas que querem ir para Harvard e outras universidades, mas não conseguem porque temos estudantes estrangeiros lá”, disse Trump a repórteres no Salão Oval da Casa Branca, segundo informações da CNN.
O presidente republicano reiterou uma reivindicação para que Harvard apresente uma lista dos estudantes estrangeiros matriculados na universidade.
“Eles têm estudantes estrangeiros, cerca de 31% dos estudantes são estrangeiros, quase 31%. Queremos saber de onde esses estudantes vêm… Eles são encrenqueiros? De quais países eles vêm?”, afirmou.
“Eles estão aceitando pessoas de áreas do mundo muito radicalizadas, e não queremos que elas causem problemas em nosso país”, disse Trump. A universidade ainda não se pronunciou sobre as declarações do presidente americano.
Na semana passada, o governo Trump cancelou a permissão de Harvard para matricular estudantes estrangeiros. A medida também forçava os alunos de outros países já matriculados na instituição a se transferirem para outras universidades.
Na ocasião, o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês) acusou Harvard de “fomentar a violência, o antissemitismo e de fazer articulações com o Partido Comunista Chinês”. Porém, a medida foi suspensa pela Justiça federal.
Desde o início da segunda gestão Trump, em janeiro, o governo dos Estados Unidos vem acusando Harvard de não combater o antissemitismo dentro da universidade e de implementar políticas educacionais não baseadas no mérito.
O governo Trump estabeleceu uma série de mudanças a serem implementadas pela universidade, que se recusou – o que levou ao corte de bilhões de dólares em verbas federais.
Nesta terça-feira (27), o governo americano ordenou que as agências federais cancelassem todos os contratos restantes com Harvard.