O governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos vai investigar os perdões concedidos pelo ex-presidente Joe Biden, do Partido Democrata, nos últimos dias de seu mandato. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (2) pela agência Reuters, que afirma ter tido acesso a um e-mail interno do Departamento de Justiça americano. Segundo informações da agência, a investigação vai analisar, principalmente, a concessão de clemência a membros da família Biden e a presos que estavam no corredor da morte.
De acordo com a Reuters, o responsável pela investigação será Ed Martin, procurador de indultos do Departamento de Justiça. No e-mail, ao qual a agência afirma ter tido acesso, Martin diz que foi orientado a investigar se Biden “era competente ou se outros estavam se aproveitando dele por meio do uso do AutoPen ou de outros meios”.
O uso do AutoPen, um dispositivo que reproduz assinaturas automaticamente, se tornou alvo de polêmica nos EUA, sobretudo após aliados de Trump levantarem dúvidas sobre a validade de atos presidenciais assinados por meio do uso deste mecanismo. Não há confirmação se Biden utilizou o AutoPen para assinar os indultos.
Segundo o material revelado pela agência, a investigação se concentrará em perdões concedidos de forma preventiva a cinco integrantes da família Biden — os irmãos James Biden, Frank Biden e Valerie Biden Owens, além de seus respectivos cônjuges, John Owens e Sara Biden. Também estão sob análise as decisões de clemência que livraram 37 presos federais da pena de morte, comutando suas sentenças para prisão perpétua. No início de dezembro, Biden também perdoou seu filho, Hunter Biden, condenado por violações fiscais e por porte ilegal de arma de fogo.
Pela Constituição dos EUA, o presidente possui poderes amplos para conceder perdões federais e comutar sentenças.