O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, criticou o governo da Ucrânia e o acusou de ser responsável pela guerra que Kiev trava com a Rússia (aliada do chavismo) desde a invasão injustificada do Kremlin, em fevereiro de 2022.
Na segunda-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia havia publicado no X uma nota criticando as eleições regionais e legislativas realizadas na véspera na Venezuela, quando foram eleitos um governador e oito deputados para o Essequibo, uma região da Guiana que a ditadura chavista ameaça anexar.
“A Ucrânia apoia a integridade territorial da Guiana e considera ilegais as tentativas do regime venezuelano de realizar eleições fraudulentas na região do Essequibo. As medidas destrutivas do ditador venezuelano [Nicolás Maduro] são uma consequência direta da destruição da ordem internacional por parte da sua aliada, a Rússia”, escreveu a chancelaria ucraniana.
No seu perfil no Telegram, Gil rebateu a nota da Ucrânia. “Um país governado por um louco [o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky] que semeou ódio, racismo e crime, que arrastou seu povo para uma agressão promovida por potências estrangeiras contra a Rússia e que transformou seu território em uma zona de guerra a serviço da Otan, não tem autoridade moral para falar sobre a Venezuela, sobre seus direitos históricos conquistados por nossos libertadores ou sobre qualquer questão que não entenda”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Venezuela.
“O Essequibo é venezuelano. A Venezuela se recusa a aceitar comentários de um peão em guerra que agora busca empurrar a Guiana para o mesmo desastre em que mergulhou seu próprio país. O sol da Venezuela nasce no Essequibo! Nem o Zelensky de lá, nem o Zelensky do Caribe [em provável referência ao presidente da Guiana, Irfaan Ali], poderão tirar da Venezuela o que lhe pertence por direito”, acrescentou Gil.
Mesmo com a Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde um processo sobre a disputa entre Venezuela e Guiana tramita desde 2018, tendo alertado Caracas para que não realizasse eleições para cargos para o Essequibo, a ditadura venezuelana promoveu a votação para governador e deputados para a região no domingo.
Não se sabe ainda quais serão os efeitos práticos dessa votação, já que a Venezuela não ocupa nem parcialmente o Essequibo e a capital da Guiana Essequiba, como Caracas chama o território, foi estabelecida provisoriamente em Tumeremo, cidade venezuelana perto da fronteira com a Guiana.