O ministro do Interior da Venezuela e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, anunciou na noite de quarta-feira (28) a prisão de um “agente da DEA” (a Administração de Repressão às Drogas dos Estados Unidos) por uma suposta “operação de bandeira falsa” para vincular um oficial militar venezuelano ao tráfico de drogas.
Em seu programa semanal de televisão, o ministro afirmou que o plano consistia em “sequestrar” um major da Força Aérea para “vinculá-lo ao tráfico de drogas”.
Cabello disse que o suposto agente da DEA, que estava “infiltrado aqui na Venezuela”, estava se passando por um oficial da Polícia Nacional Bolivariana (PNB). No entanto, não forneceu mais detalhes sobre a operação policial nem sobre a identidade do detido.
O ministro acusou a DEA de ser o “principal cartel de drogas do mundo” e também afirmou que “os principais consumidores de drogas” do planeta “são os cidadãos dos Estados Unidos”, onde, em sua opinião, “não há governo que resolva isso”.
Por outro lado, destacou que viajar para os EUA “é um perigo” e considera o alerta de viagem para o país “nível 10”, por se tratar, em sua opinião, de um território onde “não há segurança jurídica, humana ou de qualquer natureza”.
“Há algo que inventaram com alguns mercenários chamado ICE (Serviço de Imigração e Alfândega), com alguns mercenários, porque são mercenários que estão lá, que perseguem qualquer pessoa na rua e não há segurança para ninguém”, acrescentou Cabello.
Na terça-feira, o governo americano emitiu um alerta instando seus cidadãos a não viajarem para a Venezuela em hipótese alguma e a deixarem o país imediatamente devido ao alto risco de detenção arbitrária.
Em comunicado, o Departamento de Estado americano confirmou que mantém o alerta de viagem para a Venezuela no nível 4, o mais alto, devido a “riscos graves, incluindo detenção injusta, tortura sob detenção, terrorismo, sequestro, práticas policiais arbitrárias, crimes violentos, distúrbios civis e deficiências na assistência médica”.
Segundo o comunicado oficial, a Venezuela é o país com o maior número de cidadãos americanos detidos de forma injusta.
Posteriormente, o regime de Nicolás Maduro “desaconselhou” seus cidadãos a viajarem para os EUA e instou aqueles que residem lá a deixarem o país.