Em pronunciamento neste domingo (1º), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou o sucesso da operação “Teia de Aranha”, o ataque que atingiu bases aéreas da Rússia com drones explosivos. A ação, segundo ele, foi planejada ao longo de um ano e meio e resultou na destruição de mais de 40 aeronaves russas.
Zelensky revelou que o centro de comando da ofensiva estava estrategicamente localizado ao lado de uma das sedes do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), a antiga KGB, fato que classificou como “curioso” diante da dimensão do ataque.
Segundo o presidente ucraniano, o ataque utilizou 117 drones, escondidos por agentes infiltrados em contêineres de madeira transportados por caminhões. Ele também informou que aproximadamente 34% dos porta-mísseis de cruzeiro estratégicos russos localizados nas bases atingidas foram destruídos. “Podemos afirmar com segurança que esta foi uma operação absolutamente única, planejada e executada com perfeição”, afirmou.
Zelensky ressaltou que a missão teve como alvos exclusivamente equipamentos militares russos usados para atacar a Ucrânia, e que a Rússia sofreu “perdas significativas, justificadas e merecidas”. Ele garantiu que ofensivas semelhantes continuarão: “É gratificante ver que algo que autorizei há um ano e meio se concretizou, privando os russos de mais de 40 aeronaves estratégicas. Continuaremos esse trabalho.”
O ataque ocorre às vésperas de novas negociações de paz previstas para a segunda-feira (2), em Istambul, na Turquia. Zelensky enfatizou que, embora a Ucrânia mantenha ações defensivas e ofensivas, não foi o país que escolheu entrar em guerra. Ele reforçou o compromisso com um cessar-fogo total e incondicional, afirmando que a proposta ucraniana apresentada à Rússia é “lógica e realista”.
Enquanto isso, a Rússia também intensificou o uso de drones no conflito, com um ataque recorde no sábado (31), quando lançou quase 500 drones contra o território ucraniano, segundo a força aérea de Kiev. Além disso, Moscou estaria preparando mísseis Kalibr para lançamento a partir de porta-aviões.
“Sabemos exatamente com quem estamos lidando. A Ucrânia e o povo ucraniano se defenderão com todos os meios disponíveis”, declarou Zelensky. O presidente ucraniano informou ainda que realizou reuniões com ministros da Defesa, das Relações Exteriores e líderes militares para definir a posição do país no encontro em Istambul, que pode ser decisivo para o futuro do conflito iniciado em fevereiro de 2022.
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