O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, desafiou o ditador da Rússia, Vladimir Putin, a encontrá-lo pessoalmente na Turquia, na próxima quinta-feira (15), para negociar. A data para negociações diretas havia sido sugerida pelo ditador russo após sofrer pressão dos Estados Unidos e de países europeus, mas Putin não havia falado nada sobre ir pessoalmente. Zelensky propõe um cessar-fogo inicial de 30 dias que a Rússia vem relutando a aceitar desde o meio de março.
“Aqui na Ucrânia não temos nenhum problema em participar de negociações – estamos prontos para qualquer formato. Eu estarei na Turquia nesta quinta-feira, 15 de maio, e eu espero que Putin também venha à Turquia. Pessoalmente. E eu espero que desta vez, Putin não fique procurando desculpas para explicar que ‘ele não pode’ fazer isso. Estamos prontos para conversar, para acabar com esta guerra. Quinta. Na Turquia”, desafiou Zelensky em um pronunciamento neste domingo (11).
O posicionamento do presidente ucraniano ocorreu momentos depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir que a Ucrânia aceitasse “de imediato” a proposta de Putin de iniciar negociações diretas na Turquia.
O mandatário americano declarou em sua rede social Truth Social, que “a Rússia não quer um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas quer se reunir na Turquia na quinta-feira para negociar um possível fim ao banho de sangue”.
“A Ucrânia deve aceitar isso de imediato. Ao menos serão capazes de determinar se é possível ou não um acordo e, caso contrário, os líderes europeus e EUA saberão como as coisas estão e poderão agir de acordo!”
Trump questionou a disposição da Ucrânia de chegar a um acordo com Putin.
“Ele está muito ocupado comemorando a vitória da Segunda Guerra Mundial, que não teria acontecido (nem de perto!) sem os Estados Unidos. Reunião agora!”, afirmou Trump.
Putin propôs na noite de sábado que a Ucrânia iniciasse negociações diretas entre as partes na próxima quinta em Istambul, cidade que sediou as primeiras e únicas negociações entre as partes em mais de três anos de guerra, em março de 2022. Isso aconteceu logo após chefes de Estado e de governo do Reino Unido, França, Alemanha e Polônia se reunirem em Kyiv, na Ucrânia, para dar um ultimato a Putin e exigir que ele aceite um cessar-fogo incondicional a partir de segunda-feira (12).
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em uma entrevista transmitida hoje pela “ABC News” que Putin “está fazendo todo o possível para resolver o problema e chegar a uma solução por meios pacíficos e diplomáticos”, mas que “sem meios pacíficos e diplomáticos disponíveis, a operação militar deve continuar”. A Rússia vem negando de forma continuada negociar um cessar-fogo pois está tendo vitórios incrementais no campo de batalha.